domingo, 29 de agosto de 2021

A paz que eu não queria

Aqui sentada ao seu lado, terminando uma tarde de preguiça, onde nos revesamos entre um cochilo na cama e uma espreguiçada no sofá. Fico assim te observando mais de perto e pensando. Quantas coisas passamos para chegar até aqui. Quantas brigas, quanto choro. Malas feitas. Aquela viagem tão longa. Aquele choro tão sentido. E eu fico me pergutando por quê. Porque lutei tanto contra nós. É difícil explicar assim olhando pra você. Seus olhos tão doces, tão quietos. Você tem um mundo em seu olhar. Os seus braços quando me envolvem me fazem esquecer tudo que se passou e só ficar. E eu que não queria estar presa a nada. Que jurei ser fiel somente a mim. A ser livre pra sempre. Me descubro agora presa em sua companhia. É que eu não estava acostumada sabe, a ser assim, tão amada. Não aceitei quando você disse que não me deixaria. Não acreditei quando você me aceitou de volta mais uma vez. Não entendia como você podia querer estar comigo. Logo eu, tão errada. Não mereço tanto. Não mereço nem o pouco. Os seus carinhos. A sua paciência. Sua compreensão. Em tempos de explosões, a sua calmaria. Eu achava que nunca repousaria em um lar. Em um amor. E você nunca me obrigou a ficar. Nem me impediu de ir. Mas você foi me buscar. Aquele dia em que eu só queria sumir e esquecer de tudo. Você estava de longe esperando. Você sabia. Me conhece mais que eu mesma. Você sabia que eu cansaria. E cansei. Quis seus abraços, seus olhos compreensivos. Meu lar é seu corpo. E você estava lá. Ainda bem que você não desistiu de mim. Porque eu teria desistido de nós talvez. Me desculpe pela sinceridade, mas é que eu não sabia que encontraria ainda uma paz tão grande. Em seus ternos olhos.

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